Santo André, * *

82,4% dos servidores estão doentes devido à sobrecarga de trabalho, aponta pesquisa do Sindserv Santo André
O estudo foi apresentado para a Administração Municipal.

Por: Viviane Barbosa, Redação do Sindserv Santo André
Publicação: 14/10/2025

Imagem de 82,4% dos servidores estão doentes devido à sobrecarga de trabalho, aponta pesquisa do Sindserv Santo André

Crédito: Igor Cavallari

O Sindserv Santo André apresentou nesta segunda-feira, dia (13), os resultados da pesquisa “Trabalhadores(as) sob Pressão: Saúde Mental e Riscos Psicossociais no Serviço Público Municipal de Santo André” à secretária de Administração e Finanças, Fernanda Sakaragui, e ao Gerente da Saúde do Servidor e Presidente da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), Marlon Polaz da Silva. 


Da esquerda para a direita: Marlon Polaz da Silva, gerente da Saúde do Servidor e presidente da CIPA, e Fernanda Sakaragui, secretária de Administração e Finanças. (Foto: Igor Cavallari)

O levantamento revelou uma realidade preocupante: a maioria dos servidores sofre com o adoecimento mental e físico causado pela sobrecarga de trabalho, falta de pessoal, medo de retaliação, assédio moral, estrutura precária e ausência de materiais adequados nos locais de trabalho, que são as principais razões do aumento dos afastamentos e dos sintomas de depressão na categoria.

Esses dados da pesquisa do Sindserv, fazem parte da campanha em defesa da saúde mental "Cuidar de quem cuida é cuidar da cidade inteira”.

O estudo ouviu, de forma anônima, 510 servidoras e servidores estatutários, que preencheram um formulário online com questões relacionadas às condições de trabalho e à saúde mental. Participaram trabalhadores públicos das áreas de Educação, Saúde, Assistência e Fiscalização da PSA.

Segundo o levantamento, a falta de pessoal e a sobrecarga de trabalho foram apontadas por 82,4% dos participantes, ou seja, pela maioria dos servidores. Na sequência, vieram as reclamações sobre ruídos, falta de iluminação e ergonomia (71,6%), e materiais/equipamentos (62,7%). Outros fatores destacados foram: burocracias redundantes (53,7%), metas e cobranças inviáveis (37,1%), interrupções constantes (34,5%), pausas e intervalos insuficientes (33,9%) e baixa autonomia (19,4%).

Para a autora da pesquisa, Mirvane Dias, diretora do Sindserv Santo André e doutora em Educação Física, é importante compreender o que está por trás desses dados alarmantes.

“A culpa desse adoecimento não é do servidor público, mas sim dessa estrutura de trabalho adoecedora, marcada pela sobrecarga devido à falta de pessoal, estruturas físicas precárias e ausência de materiais básicos para um trabalho digno. Se os servidores estão doentes, isso também afeta o atendimento à população. Como, estando doentes, conseguirão oferecer um serviço de qualidade?”, questiona a diretora.

ESGOTAMENTO FÍSICO

De acordo com a pesquisa, os servidores andreenses se queixaram principalmente do cansaço mental, que atinge 88,6% da categoria. Em seguida aparecem o cansaço físico (84,7%), estresse (78,8%), ansiedade (77,5%) e sono ruim (69,8%).

Durval Ludovico, Representante Legal do Sindserv, ressalta que esses relatos evidenciam um quadro alarmante de sofrimento. “Cansaço extremo, ansiedade, estresse e consequências como distúrbios no sono e na alimentação, uso crescente de medicamentos, busca por apoio em saúde mental e até afastamentos,”  pontua.

Os servidores também denunciaram o medo de represálias, a falta de apoio das chefias e situações de assédio moral.

O estudo ainda apontou que a violência no trabalho foi vivida por metade dos participantes no último ano, e quase metade também considera deixar o cargo ou mudar de setor por conta do adoecimento.

REUNIÃO COM PSA 

Durante a reunião com o governo municipal, a diretoria do Sindserv Santo André propôs um plano emergencial de saúde mental, com medidas para os próximos 180 dias, visando garantir melhores condições de trabalho e canais seguros de denúncia para casos de assédio e violência institucional. 

De acordo com Daisy Dias, diretora do Sindicato, da Fetam-SP e da Confetam-CUT, casos de assédio moral, violência institucional e conflitos no ambiente de trabalho exigem políticas públicas específicas, com canais de denúncia seguros, apoio especializado e responsabilização institucional.

“Propomos à Administração Municipal, a reposição do quadro de servidores, por meio de concurso público, ações de valorização profissional e formação continuada de gestores sobre assédio. Cuidar de quem cuida da cidade é uma escolha política e um compromisso com a dignidade no serviço público. E esse é o nosso compromisso com a nossa categoria”, finaliza Dias.

 




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