Santo André, * *
Por: Viviane Barbosa, da Redação do Sindserv Santo André
Publicação: 20/11/2024
Imagem estudo Dieese 20 de novembro 2024
No Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, dia 20 de novembro, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou o boletim "Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste". O material apresenta estatísticas que destacam alguns dos principais desafios enfrentados pela população negra no mundo do trabalho. Os dados analisados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, e referem-se ao 2º trimestre de 2024.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), 57% da população brasileira é negra. Ou seja, a
maioria se declara como preta ou parda. Os negros também são
maioria entre os trabalhadores,
somando 55% dos ocupados.
Nos últimos dois anos, a relativa estabilidade política permitiu a
continuidade do crescimento da atividade econômica que, por
sua vez, trouxe reflexos positivos sobre o mercado de
trabalho, como a queda na taxa de desemprego, crescimento da
ocupação formal e expansão dos rendimentos e da massa
salarial.
As melhores condições do mercado de trabalho, no entanto, não foram
suficientes para reduzir a desigualdade racial de renda no
Brasil.
Dificuldades na inserção no mercado de
trabalho
De acordo com o estudo do Dieese, as estatísticas socioeconômicas
do Brasil mostram que, historicamente, a situação das pessoas
negras é pior do que a do restante da população. "É um resquício
da escravidão que, mesmo reconhecido, se mantém na sociedade.
O mercado de trabalho talvez seja um dos meios onde a
discriminação racial e a desigualdade sejam mais evidentes",
frisa trecho do estudo.
Os negros enfrentam a maior dificuldade desde o momento em que
começam a busca por trabalho. A taxa de desocupação da
população negra é sempre superior à do restante dos
trabalhadores. No 2º trimestre de 2024, a taxa de desocupação dos
negros
era de 8,0%, enquanto a dos não negros ficava em 5,5%. Entre
as mulheres negras, a taxa de desocupação era de 10,1%,
mais do que o dobro da taxa entre homens não negros.
Confira os principais resultados do estudo do
Dieese:
- O rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos
não negros
- Os negros com ensino superior ganham 32% a menos que os demais
trabalhadores com o mesmo nível de ensino, diferença que pouco se
alterou com a Lei de Cotas - Os negros recebem, em média, R$
899 mil a menos que os não negros ao longo da vida laboral. Entre
os que possuem ensino superior, o valor chega a R$ 1,1 milhão
- Um em cada 48 homens negros ocupados está em um cargo de
liderança, enquanto entre os não negros, a proporção é de um para
cada 18 trabalhadores
- Nas 10 profissões mais bem pagas, os negros representam 27% dos
ocupados, mas são 70% dos trabalhadores nas 10 ocupações com os
menores rendimentos
- Uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada
doméstica. O rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461
menos que o salário mínimo
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